A Idade Média elaborou a técnica figurativa que melhor desfruta da vivacidade da luz que a penetra: as rosáceas e os vitrais das catedrais góticas. O espaço para janelas e rosáceas foram ampliados e as paredes, então perfuradas, trouxeram grande facilidade para a luz.
As catedrais passaram a ser construídas em função desta luz que irrompe através das estruturas. Algumas rosáceas foram danificadas ou destruídas ao longo do tempo, mas muitas sobreviveram, e algumas são verdadeiras obras de arte. A mais antiga rosácea conhecida remonta ao século XII e é encontrada na Abadia de St. Denis, perto de Paris. O arcebispo francês Suger é que efetivamente nos remeteu ao espetáculo da abadia, quer pela beleza dos tesouros que acolhia, quer pela luz atravessando os vitrais.
Geralmente colocadas em paredes ocidentais, as rosáceas podem ter múltiplas camadas de vidro colorido, cada uma delas com um desenho diferente que cria efeito caleidoscópico incrível quando a luz do sol passa por elas. Muitas vezes, apresentam simetria radial perfeita que as torna especialmente atraentes aos olhos humanos. As formas das pétalas de rosa seguem padrão geométrico preciso, como um pentágono ou hexágono. Algumas são tão grandes que possuem circunferência de até 14 metros. A luz que passa por uma rosácea pode mudar de cor dependendo da hora do dia ou da posição do sol – o que concede efeito dinâmico especialmente impressionante em dias ensolarados.
Além do valor estético, as rosáceas também incluem significado simbólico. Elas eram frequentemente usadas para a doutrina religiosa ao ilustrar histórias bíblicas para uma população que em grande parte não sabia ler ou escrever. A rosácea da Catedral de Chartres na França, por exemplo, representa a Virgem Maria rodeada por doze apóstolos.
Elementos distintivos da arquitetura gótica e exemplos notáveis de como o design e a arte podem ser incorporados na arquitetura para criar efeitos magníficos e inspiradores, as rosáceas e os vitrais estabelecem a perfeita comunhão entre os critérios de beleza: proporção, esplendor, forma e adequação.
As rosáceas das catedrais italianas na Toscana estão à sua espera.
