É em meio a uma multidão ensandecida e outras tantas pessoas debaixo de sacadas abarrotadas que acontece o famoso Palio di Siena na grande Piazza del Campo, duas vezes ao ano. No dia 2 de julho, o Palio é realizado em homenagem à Madonna di Provenzano e no dia 16 de agosto, em louvor a Nossa Senhora da Assunção (Palio dell’Assunta).
Palco inusitado, o Palio possui origens remotas e regras que vigoram desde o século XVII, quando houve o primeiro Palio com cavalos, de continuidade jamais interrompida: o evento soma nada menos que 395 edições.
São sorteados 10 bairros (contradas) para participar da corrida de cavalos, embora Siena possua 17 contradas: Aquila, Bruco, Civetta, Chiocciola, Drago, Giraffa, Istrice, Leocorno, Lupa, Nicchio, Oca, Onda, Pantera, Selva, Tartuca, Torre e Valdimontone. Cada contrada é identificada com suas próprias cores e hino, e o vencedor da competição é o cavalo que completa três voltas ao redor da praça, mesmo que o jóquei já tenha caído. O prêmio é um estandarte (palio), criado exclusivamente para cada evento, por um artista local. O Palio leva a imagem da Madonna de Provenzano ou da Assunção.
A contrada é como um pequeno estado, administrado por diretoria (“seggio”), cujo chefe é chamado “priore” e guiado, durante o torneio, por um capitão auxiliado por dois ou três membros do bairro denominados “mangini”. Há sempre uma igreja e uma sede da contrada ao lado, onde é conservado todo o patrimônio: cimélios, estandartes das vitórias, trajes típicos das cerimônias, bandeiras, arquivos e tudo quanto estiver relacionado à vida da contrada.
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A festa e seus preparativos começam bem antes da data marcada: preparação do piso da praça (com argila, areia e tufo para escorregar bastante), arrecadação de fundos pelas contradas com várias festas realizadas anteriormente, preparação das quilométricas mesas de alimentação nas ruas de Siena (para consumo dos turistas) etc. Mas o ápice da festa é uma única explosão de rojão que anuncia a saída dos cavalos do pátio do Palácio Municipal no dia/hora marcados. Os jóqueis, que correm sem sela, então avançam para o ponto onde estão estendidas duas cordas, entre as quais os jóqueis deverão alinhar os cavalos assim que forem chamados. A ordem de entrada é estabelecida pela ordem de sorteio. No entanto, a décima e última contrada chamada, ao contrário, entrará “de arrancada” quando achar mais oportuno, dando inicio ao palio.
Grandes protagonistas da festa – os cavalos participantes – não são da contrada e são escolhidos também por sorteio. Cada cavalo é representado por um símbolo. Cabe informar que, desde a década de 90, veterinários da prefeitura da cidade passaram a monitorar constantemente o bem-estar dos animais.
Os jóqueis (“fantinos”) se vestem com trajes tradicionais chamados “monturas” (do francês “monter”) e carregam bandeiras que representam a própria contrada. A forma da praça exige cavaleiros hábeis, que conduzam os cavalos na pista com rapidez e perícia. Alguns dos cavaleiros mais conhecidos e premiados são originários da ilha da Sardenha.
O clima é de pura euforia e a Villa Due SS está a apenas 30 minutos da cenográfica Piazza del Campo, em Siena.
Ti aspettiamo qui presto.